Sempre fomos mais cinzentos do que os Brasileiros. Mas parecemos mais requintados. Ponto para nós. É olhar para a “propaganda eleitoral” que se faz por lá. Uma dançarina funk, eufemismo de dançarina porca cheia de mamas a tresandar a perfume de feromonas barato,chamada Mulher Melão (“se temos um presidente lula porque é que não podemos ter uma que é fruta"), que pensa muito nos idosos (deve ser recíproco) e quando for grande quer ser a Cicciolina em versão morena; um ex-palhaço cantor que encantou o meu irmão há uns anos, o miúdo andava pela casa a cantar “Fórentina, Fórentina de Jesus...”, não percebia o resto da letra; Um ex- pugilista que dá murros num saco de boxe a dizer que política não é palhaçada (ninguém diria!); E Jefferson Camilo que fiquei a conhecer no programa O Eixo do Mal, que ocupa o tempo de antena com uma propaganda muito sexy, pensa ele (Ver no youtube, vale a pena). O mais parecido que temos é o Manuel João Vieira cuja voz para parodiante da política é fraquinha e mal se faz ouvir. Que só faz rir os amigos e mais 37 pretensiosos, convencidos membros de uma elite humorística. Não lhe acho graça nenhuma, parece um porco. A parte realmente engraçada nisto tudo é a lei brasileira não permitir o fazer-pouco dos candidatos por parte de comediantes nem comentadores, proibindo qualquer abordagem que ridicularize o bom nome dos políticos. Aqui há a tão intocável liberdade de expressão e de achincalhamento em praça pública e horário nobre. Ponto para nós. Que podemos dizer que Lula da Silva parece um construtor civil e a candidata mais perto da vitória presidencial, Dilma Rousseff, parece uma doméstica que grita o nome dos filhos à janela. Os nossos políticos são mais sérios, raramente se enganam, raramente se riem. Cavaco Silva ainda fala enquanto come bolo-rei de boca aberta, vá, e até faz rir mas sem-querer. Temos um candidato que é poeta, com um ar muito digno.Temos José Sócrates e Pedro Passos Coelho, dois giraços bem vestidos mas sempre zangados. Nem a nossa potencial Mulher Melão, Joana Amaral Dias, faz campanha aos atributos físicos que lhe conhecemos. Fala com a agressividade de uma general do Exército Vermelho. Ai de quem não a olhe “nojolhos” e desvie o argumento para as mamas. Leva. Levam-se todos muito a sério mas gozam connosco no fim de cada mês. Os políticos brasileiros usam palavras do povo, os nossos usam palavras caras. Eles têm pé de chinelo, nós de sapato italiano. É uma verdade, temos mais pinta. Ponto para nós. O país dos coloridos considerado superpotência emergente. O país dos cinzentos mais próximo da bancarrota. Ponto para eles.